Você sabe o que é RPG de mesa? Bem, você já deve ter jogado algum RPG, certo? Talvez Final Fantasy, Cronno Trigger, Skyrim, Fable ou algo assim. Primeiro vamos ver o que significa a sigla RPG. Não confunda com Reposicionamento de Postura Global, a sigla quer dizer Role Play Game, que em português siginifica "Jogo de Interpretar Papéis". E o nome já diz tudo.
Vejamos Skyrim por exemplo, você já deve ter jogado ou visto alguém jogar, nem que seja pelo YouTube. Neste jogo, você encarna na pele do Dragonborn, uma ser com o poder de absolver as almas dos dragões, e de desferir os "gritos" sem um longo treinamento, como o famoso FUZ RO DAH!
Então, RPG, como diz o nome, e como vimos nos exemplos, é um jogo, onde se interpreta o papel de um (ou mais, por que não?) personagem, que possui uma história, e um objetivo. Agora que já entendemos o termo RPG, vamos tentar entender o "de mesa".
Imagine agora, que não tem videogame para ditar as regras do mundo, dos personagens, raças e classes. Mas então quem controla o jogo? Ótima pergunta pseudo-eu. Quem controla o jogo e o Mestre ou Narrador. Mas digamos que, esse mestre, não quer criar um jogo desde o início, pois é um trabalho longo e complicado, então ele escolhe um "sistema", um livro. Vocês já ouviram sobre Dungeons & Dragons não? O mestre vai lá, pega os guias básicos, lê, entende as regras, como funciona o mundo de D&D, e então junta um grupo de um certo número de jogadores. Digamos que são quatro. Um deles é você.
Você tem que criar a história do seu personagem. Ela não precisa ser muito detalhada, mas tem que conter uns quesitos básicos, como nome, local de origem, família, amigos, objetivo, raça, classe, etc.
Ex:
"Eu sou um Elfo chamado Enrinor. Tenho 1,80m de altura, longos cabelos loiros, quase brancos, e 20 anos. Nasci em uma vila que se situava na copa das árvores, as folhas eram nossos tetos, e os galhos, nossas paredes.
Costumava sair para caçar com Sindra, minha amiga, quando éramos crianças. Ela era ótima com as adagas, e eu, ótimo com o arco.
Mas um dia, enquanto caçávamos, um homem em vestes negras surgiu das sombras e a sequestrou, e desapareceu sem deixar vestígios. Voltei e pedi aos moradores da vila que a procurassem, mas nem mesmo os sentidos aguçados dos elfos conseguiram identificar alguma trilha.
Hoje, com 20 anos, parto em minha jornada. Faz 5 anos que Sindra desapareceu, e eu ainda sinto sua vida, em meu coração, e em algum lugar desconhecido. Eu a encontrarei"
Ok, agora que você criou a história, tem que criar a ficha. Sabe quando você coloca seus skills points no videogame? É a mesma coisa, porém numa ficha de papel. Nela você coloca características básicas, como nome, idades, sexo, altura. Dependendo da sua raça, você pode ganhar habilidades, que estarão descritas nos livros, como no guia de D&D, por exemplo. Depois você terá pontos para distribuir entre seus atributos e está feito o personagem.
Presumindo que seus amigos também fizeram, podem começar. Mas, como vão jogar? Um papel com um monte de informações. Cadê meu bonequinho, o mapa, o menu principal? Aí que entra o mestre (na verdade, ele tem que ajudar na criação de personagem também).
Os jogadores se reúnem em volta da mesa, junto com o Mestre, e o Mestre começa a Narrar.
"Mestre: Vocês estão em um barco. Fazendo uma viagem para chegar a uma ilha que dizer guardar muitos tesouros. Mas quando menos esperam, sentem um solavanco, uma onda gigante faz com que naufraguem. Quando acordam, estão em uma ilha de rochas e areia negra.
Jogador1: Eu me levanto e ajudo meus companheiros a se levantar "Vocês estão bem?"
Jogador2: "Sim!"
Jogador3: "Estou!"
Jogador4: "Tudo bem comigo também!"
Jogador1: "Acho melhor procurar abrigo e comida, vamos!"
Jogador2,3,4: Eu o sigo.
Mestre: Vocês encontram uma velha choupana de madeira, de dentro dela, exala um cheiro de carne e frutas deliciosas.
Jogador1: Eu entro, sem pensar duas vezes.
Jogador2: "Comida!"
Jogador3: Eu entro atrás do Jogador2
Jogador4: Eu vou por último.
Mestre: Jogador4, você percebe que 1,2 e 3 caem em um buraco quando entram na casa. Mas por perceber a tempo, você não cai. 1,2 e 3, vocês perdem 5 Pontos de Vida pela queda.
Jogador4: "Vocês estão bem?!"
Mestre: Vocês percebe, que caíram em algo viscoso, mas está escuro, não conseguem ver direito.
Jogador2: Eu uso meus Sentidos Aguçados para enxergar no escuro
Mestre: Ok. Você vê que os três estão presos a uma espécie de teia, e que cerca de quatro goblins se aproximam.
Jogador2: "Estamos presos em uma teia. Cerca de quatro goblins se aproximam.
Jogador1: Eu utilizo minha magia de iluminação.
Mestre: Quando a luz acende, vocês vêem claramente que estão presos a uma teia, e que na verdade são cinco goblins.
Jogador2: Eu jogo uma bola de fogo lvl3.
Mestre: Você consegue matar dois goblins.
Jogador3: Eu uso minha habilidade de disparo múltiplo, e jogo duas flechas. Uma em cada goblin.
Mestre: Você perfura a cabeça do dois que atingiu.
Jogador4: Eu consigo ver o que está acontecendo lá agora?
Mestre: Sim
Jogador4: Então eu saco minha espada e pulo em direção ao último goblin.
Mestre: Você consegue decapitá-lo, porém o seu pulo faz a teia se romper, vocês caem por mais cinco metros, e perdem 10 Pontos de Vida. Agora vocês estão em um grande salão, onde criaturas reptilianas estão sentadas em volta de uma mesa redonda. O que vocês fazem?..."
É mais ou menos assim. Parece loucura né? Mas sabe quando você está jogando aquele jogo e você pensa "Se eu pudesse fazer tal coisa, ia ser mais fácil/maneiro, mas o jogo não deixa"? Então, no RPG de Mesa, você controla o seu personagem com suas palavras, se você fala "Eu cocei o saco" ou "Eu dou um beijo na rainha e depois corto-lhe a garganta", você fez aquilo!